António Marinho e Pinto não faz o género de pessoa que os portugueses estavam habituados a ver como bastonário da Ordem dos Advogados. Com o coração ao pé da boca, fustiga juízes e políticos; e revolta-se contra um sistema judicial que é "forte com os fracos e fraco com os fortes". As suas críticas são sempre concretas: o rapaz cumprindo pena de 13 dias de cadeia porque não tinha dinheiro para pagar a multa; o ucraniano que amargou um ano de prisão preventiva por ter tentado furtar uma camiseta. Marinho e Pinto, nascido nas faldas da serra do Marão, em 1950, vem de longe: antes de se licenciar em Direito, já tinha sido preso pela polícia política do Estado Novo, aceitara os mais diversos empregos — desde servir finos até à dactilografia, passando pelo jornalismo. Talvez por isso seja tão específico nas censuras que faz à "falta de democracia" dos tribunais. As suas denúncias incomodam o Portugal institucional, mas já recebeu centenas de mensagens de apoio de gente anónima. E as pessoas dirigem-se a ele na rua, incentivando-o: "Não desista, não tenha medo".
A entrevista inteira pode ser lida no site da Ordem dos Advogados.
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