Sempre fui pessoa de acreditar nas pessoas que conheço há muito tempo.
Fico muito triste quando me desiludem.
Lembro-me do António Marinho e Pinto dos tempos de Coimbra.
É um bocadinho mais novo do que eu.
Fomos ambos jornalistas, prolongando ele a estadia nessa profissão - que agora recuperei - quando eu saí, nos anos 80.
O MP sempre teve a fama de ser um homem sério e de uma grande coragem.
Sempre - até há pouco tempo - gostei dele e do seu discurso. E, por isso, nunca me preocupei muito com as críticas a "coisas esquisitas" na Ordem dos Advogados.
Bastava-me acreditar no Marinho.
Até que...
i. No final do ano de 2012, a minha sócia na sociedade de advogados que fundamos há 20 anos, me disse, dois dias antes do reveillon, que não queria continuar na sociedade, perante um plano de reforma que andamos a negociar durante meses, mas que é tão ambicioso quanto arriscado;
ii. Em aplauso à amizade e à santa liberdade apartamo-nos e fiquei-lhe com a sua quota, assumindo, sozinho o encargo do novo projeto e o desafio de (em coerência com ele) fazer tudo aquilo que não tínhamos feito antes:
- criar planos de carreiras
- transformar todos os advogados em sócios ou associados
- adotar uma gestão profissional
Antes de sair, a 28 de dezembro, a Paula aprovou, porém, o nosso projeto, ficando eu com a responsabilidade de o realizar.
No dia 3 de janeiro, a sociedade transformou-se, admitindo novos sócios e levando à prática o projeto, com a eleição de um conselho de administração.
No dia 4 ou 5 (cito de cor) foi pedido o registo ao Conselho Geral da Ordem dos Advogados. E até hoje, mais de 3 meses depois, ele não foi processado.
Cedo me apercebi que a Ordem dos Advogados, com a responsabilidade que tem, não está ao nível técnico da mais pobre conservatória de registo comercial deste país e procurei influenciar o Bastonário no sentido de usar a sua influência a bem da Ordem.
Fui, talvez, pouco assertivo ou demasiado elegante na abordagem do que, do meu ponto de vista, é um conjunto de alarvidades, intolerável quando assumidas em representação do Conselho Geral da Ordem dos Advogados, que é suposto tratar-se de uma instância séria e respeitável.
Do Brasil, onde resido, propus uma ação, para a qual a Ordem já foi citada. Vantagens das comunicações eletrónicas,
Porque a sociedade não tem - em razão da postura da Ordem - quem a represente, regressei a Portugal e já apresentei em juízo uma providência cautelar, também contra a Ordem dos Advogados.
É uma vergonha trazer isto a público.
Mas entendo que o devo fazer, a benefício dos prestígio da própria Ordem em geral e do direito em particular.
Quando estamos à beira de eleições, entendo que os responsáveis pelas barbaridades de que estamos a ser alvo não devem ser eleitos, mesmo que eles fossem, por tendência, os nossos candidatos.
Vou começar a contar a história... Com todos os detalhes.
Acho que é uma obrigação.
Acho que é uma obrigação.
Sem comentários:
Enviar um comentário